março 08, 2013

APRENDI

  APRENDI
 
Aprendi com a vida
Que DEUS é maior.
Que tudo tem um motivo.
Que a vida é única
Uma benção...
Que deve ser preservada,
Defendida, 
Respeitada.

Aprendi  a ver
O que se esconde
Em cada ato, gesto, palavra.
Que nem sempre o que é dito
Reflete o que as pessoas trazem
No coração,
Na alma.

Aprendi com a vida
Que a melhor forma de resolver
Um dilema,
É enfrentando-o.
Que perdas são necessárias
E outras sempre podem ser evitadas.
Que a morte é um casulo apenas
Uma metamorfose.

Aprendi
A ouvir a alma.
A sorrir
Apesar das adversidades.
A dizer “sim” ou “não”
No momento oportuno.
A respirar fundo
E seguir em frente.

Aprendi a me manter serena
Como a natureza.
A jamais perder a esperança
Mesmo que não haja esperança
Pois tudo muda num piscar de olhos.
Aprendi
Que a paciência é inescusável
Ao ser humano.

Aprendi com a vida
Que nem tudo me convém
Por mais que o mundo diga
O contrário.
Que momentos devem ser vividos
Com responsabilidade
Pois tudo tem consequências.

Aprendi
A ser forte
A me fazer de forte
A ter coragem
A viver um dia de cada vez.
A fazer escolhas
Pois a vida é feita
De escolhas.

Aprendi
Que conquistar um sonho
Requer tempo
Trabalho.
Que amigo não se encontra
Em qualquer esquina.
Que palavras nem sempre
São necessárias.

Aprendi com a vida
A me fazer pequenina
A ser grande
A aceitar-me como sou
Mesmo que meu jeito
Desagrade a outrem
Pois não é preciso agradar a todos.

Aprendi
Que tudo o que posso ser
É apenas eu.
Pois só posso ser fiel a mim,
Aos meus princípios,
Aos meus sentimentos,
Às minhas emoções.

Aprendi   
Que possibilidades
São infinitas!
Que cada experiência
Cada sofrimento
Cada dor
Traz consigo uma dádiva.

Aprendi com a vida
Que nem tudo
Merece minha atenção.
Que por mais que se queira,
Nem a todo se pode ou se deve ajudar.
Que algumas mudanças são inevitáveis.
E outras, necessárias.

Aprendi
Que cada pessoa
É um universo.
Que um único segundo
Um pequeno gesto
Pode mudar uma vida.
Que o silêncio
É inerente a alma.

Aprendi
Que o amor se renova
A cada dia,
A cada momento,
A cada gesto.
Que ninguém pode suprir
Minhas carências
E nem eu a de outrem.

Aprendi
A me fazer melhor.
A contar sempre comigo
A não me levar por ilusões.
Que nunca se estar realmente sozinho
Quando se tem a si.
Que o preço da liberdade
É a verdade.

Aprendi
Que a traição nada mais é
Que um ato imaturo,
Inconsequente. 
Um sinal de covardia.
Que caráter
É uma virtude da alma.

Aprendi
Que a confiança
Se perde
Se ganha
Por um simples ato.
Que respeito
Não é imposto.
E sim, conquistado.

A vida me ensinou
A jamais desistir.
A persistir
A resistir
A recomeçar
A renascer
Das cinzas.
(Kris Rikardsen)

março 02, 2013

Uma breve história do cinema norueguês

 Uma breve história do cinema norueguês

 

A história do cinema norueguês é o registo, através de uma sucessão de eras culturais distintas, de gerações de realizadores, actores e dos que trabalham nos bastidores a cultivar a sua arte. As condições de trabalho sofreram grandes modificações, como sugere uma longa lista de realizadores conhecidos por realizarem um único filme. O apoio financeiro tem sido imprevisível, contudo houve períodos de excelência artística e de forte liderança pessoal. A Noruega sente orgulho na sua herança cinematográfica, que de muitas formas reflecte o desenvolvimento da sociedade norueguesa.

 
Em comparação com a Suécia e a Dinamarca, que tiveram êxitos anteriores na produção de filmes em grande escala para audiências internacionais, a Noruega chegou tarde ao mundo do cinema. Pouco se sabe sobre o primeiro filme produzido na Noruega. O filme propriamente dito perdeu-se e o material com ele relacionado que ainda resta é ambíguo. Produzido por Hugo Hermansen, em 1906 ou 1908, tinha o título Fiskerlivets farer (Os Perigos da Vida de um Pescador) ou Et drama paa havet (Um Drama no Mar). O esforço seguinte não surgiu antes de 1911, quando Halfdan Nobel Roede produziu Fattigdommens forbandelse (A Maldição da Pobreza), considerado por muitos especialistas como sendo o primeiro filme norueguês. As obras de Roede eram inspiradas pelos melodramas eróticos dinamarqueses da altura, não tendo qualquer relação com a sociedade norueguesa. Apenas em 1920 os noruegueses começam a desfrutar de uma produção contínua de filmes produzidos com carácter profissional. As características da filmografia norueguesa também se alteraram nesse ano, e Fante-Anne (A Cigana Anne), de Rasmus Breistein, deu início ao que é agora conhecido como inovação nacional. Enquanto que a maioria das obras anteriores tinha como cenário o anonimato da grande cidade, os realizadores começaram a concentrar-se na natureza norueguesa e nas alegrias da vida rústica ao ar livre. Os anos trinta podem ser adequadamente denominados a Idade de Ouro do cinema norueguês. O primeiro «sonoro» foi Den store barnedåpen (O Grande Baptismo, 1931), de Tancred Ibsen, neto dos gigantes literários noruegueses Henrik Ibsen e Bjørnstjerne Bjørnson. Os anos antes da guerra foram anos de crescimento e popularidade elevada para a indústria cinematográfica, à medida que os realizadores adaptavam obras literárias famosas ao ecrã e lhes davam vida através da utilização de actores de teatro profissionais.

 
Durante a ocupação nazi da Noruega na II Guerra Mundial, a produção cinematográfica, bem como a programação de cinema, estiveram sujeitas à censura alemã. No entanto, os públicos acorriam aos cinemas para desfrutar de qualquer entretenimento nórdico que passasse a censura. Paradoxalmente, foi durante este período que foi criada uma direcção-geral do cinema nacional, dando à Noruega as suas primeiras políticas cinematográficas de âmbito nacional. O realizador veterano Leif Sinding foi o administrador da direcção-geral. No fim da guerra, a direcção-geral tinha acumulado um fundo de mais de 10 milhões de coroas norueguesas (cerca de 1,28 milhões de euros).

 
O período do pós-guerra foi um momento decisivo natural para o cinema norueguês, tendo surgido uma nova geração de realizadores. Edith Carlmar, a primeira realizadora norueguesa, fez dez filmes entre 1949 e 1959. As suas obras aclamadas pela crítica conduziam frequentemente ao debate público e detinham um invulgar poder de atracção do público às bilheteiras. Hoje elas são consideradas clássicos. No último filme de Carlmar, Ung flukt (A Rapariga Caprichosa, 1959), ela lançou Liv Ullmann no que seria o seu primeiro papel de protagonista. Hoje em dia, Ullmann é a actriz e realizadora mais conhecida da Noruega. Troløs (Sem Fé), que Ullmann realizou em 2000, foi nomeado para a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes nesse ano. Arne Skouen, que realizou o seu primeiro filme no mesmo ano que Carlmar, tem já 17 filmes no seu currículo. Alguns dos maiores triunfos do cinema norueguês são de sua autoria, como Ni liv (Nove Vidas), de 1957, que foi inclusivamente nomeado para um Óscar. Muitos críticos consideram-no a melhor produção norueguesa de todos os tempos. Os filmes de Skouen continuam a ser procurados em festivais de cinema e outros eventos cinematográficos em todo o mundo. Pelo menos dois outros nomes do período do pós-guerra se salientam. Em 1948, o fabricante de mobiliário Ivo Caprino começou a experimentar com filme e marionetas na sua sala-de-estar. Depressa se tornou o rei norueguês no campo do cinema de animação. O sistema sem igual de Caprino para produção de filmes, com a utilização de marionetas, trouxe-lhe aclamação internacional, não tendo o êxito de bilheteira do seu Flåklypa Grand Prix (Pinchcliffe Grand Prix, 1975) ainda sido ultrapassado. Representante de um género totalmente diferente é Thor Heyerdahl. Kon Tiki, que ele filmou durante a sua expedição de jangada, em 1947, pelo Pacífico, recebeu o Óscar para melhor documentário em 1952, e continua a ser o único filme norueguês a ter obtido um Óscar. Os documentários atraíam muito público nos anos que se seguiram ao final da guerra, particularmente se o assunto envolvesse material relacionado com a guerra ou expedições de exploração. Os anos cinquenta representaram o auge da produção e visionamento de documentários na Noruega. Nos anos sessenta, porém, a televisão começou a substituir o documentário, transformando-se no principal meio de comunicação dos acontecimentos da actualidade e de difusão de programas sobre a natureza. Mais recentemente, os documentários noruegueses regressaram em força. Heftig og begeistret (Fixe & Louco), de Knut Erik Jensen, datado de 2001, e Alt om min far (Tudo Sobre o Meu Pai), de Even Benestad, datado de 2002, receberam ambos vários prémios internacionais.

 
Outra nova leva de jovens realizadores surgiu nos anos sessenta, influenciada por correntes modernistas na Europa continental. A versão norueguesa da Nouvelle Vague francesa incluiu Jakten (Os Caçadores, 1959), de Erik Løchen, e Liv (Vida, 1967) e Exit (Saída, 1970), ambos de Pål Løkkeberg. Contudo, os cinemas noruegueses estavam dependentes das comédias norueguesas e de grandes sucessos internacionais para conseguirem preencher os seus lugares. Em termos gerais, as famílias tendiam a preferir a televisão. Então veio a explosão jovem e activista dos anos setenta que fomentou o período realista e social mais rebelde do cinema norueguês. Pretendia-se que o cinema fosse político e não artístico, como comprovado por títulos como Streik! (Greve!, 1974), de Oddvar Bull Tuhus, e Det tause flertall (A Maioria Silenciosa, 1977), de Wam e Vennerød, bem como vários documentários progressistas. As mulheres realizadoras saltaram da cozinha para dramatizar temas feministas. Também produziram duros relatos da infância e da adolescência que atraíam públicos adultos (ver As crianças e o cinema). Uma realizadora inesquecível é Anja Breien. A sua trilogia Hustru III (Esposas III), de 1975, 1985 e 1996, constituiu um enorme sucesso, sendo uma crónica das vidas de três mulheres ao longo de três décadas.

 
No início dos anos oitenta, o cinema norueguês entrou em declínio, e o público, cansado de realismo social cinzento, perguntou a si próprio de quem seria a culpa. Então, com algum êxito, os realizadores viraram-se para os Estados Unidos como fonte de inspiração para conseguirem contar histórias mais entusiasmantes. Orions Belte (O Cinto de Orion, 1985), de Ola Solum, e Veiviseren (O Pioneiro, 1987), de Nils Gaup, tiveram grande número de público e deixaram a sua marca a nível internacional. Em 1988, Veiviseren recebeu uma nomeação para os Óscares na categoria de melhor filme estrangeiro. O restante dos anos oitenta e o início da década de noventa representam um ponto alto para os frequentadores dos cinemas noruegueses com filmes como En håndfull tid (Uma Mão Cheia de Tempo, 1989), de Martin Asphaug, Landstrykere (Vagabundos, 1989), de Ola Solum, Høyere enn himmelen (Para Além do Céu, 1993), de Berit Nesheim, Stella Polaris (Estrela Polar, 1993), de Knut Erik Jensen, Telegrafisten (O Telegrafista, 1993), de Erik Gustavson, Drømspel (Jogo de Sonhos, 1994), de Unni Straume, Over stork og stein (Doido Varrido, 1994), de Eva Isaksen, Ti kniver i hjertet (Juro Pela Minha Vida, 1994), de Marius Holst, e Ovos (1995), de Bent Hamer. Uma nova mudança de gerações estava a caminho.

 
O realizador Hans Petter Moland escreveu um novo capítulo na história do cinema norueguês com o lançamento, em 1996, do seu Kjærlighetens kjøtere (Zero Kelvin) em Nova Iorque. Em Fevereiro de 1997, Søndagsengler (O Outro Lado do Domingo, 1996), de Berit Nesheim, foi nomeado para o Óscar de melhor filme estrangeiro. Budbringeren (Correio Desinteressante, 1997), realizado por Pål Sletaune, teve a sua estreia durante a Semana da Crítica no Festival de Cinema de Cannes, acabando por obter o prémio principal naquela secção. O filme foi exibido em todo o mundo e ganhou vários outros prémios. Insomnia (Insónia), de Erik Skjoldbjærg, participou na mesma secção no Festival de e chamou a atenção internacional nesse mesmo ano. Em 2001, Elling, de Peter Næss, foi nomeado para o Óscar na conhecida categoria de melhor filme estrangeiro. E Harald Zwart (Uma Noite com McCool, 2001; O Agente Cody Banks, 2003) provou que ser norueguês não constitui nenhuma barreira para ser bem sucedido em Hollywood. Mais recentemente, Skjoldbjærg, Moland, Næss e Hamer fizeram filmes nos E.U.A., conferindo uma posição firme à Noruega no mapa internacional de cinema com filmes como Prozac Nation (2001), Beautiful Country (2004), Mozart and the Whale (2004) e Factotum (2005).
As curtas-metragens norueguesas competem com êxito em festivais por todo o mundo. Durante a Semana da Crítica em Cannes, em 2003, a curta-metragem que ganhou foi O Amor é a Lei de Eivind Tolås. No mesmo festival, na secção da Quinzena dos Realizadores, Bent Hamer apresentou o filme Salmer fra kjøkkenet (Histórias da Cozinha, 2003), que lhe proporcionou vasta aclamação, ganhando o prémio para a distribuição europeia e dando início a um interesse de vendas global.

 
Foi lançada nos últimos anos uma grande quantidade de impressionantes documentários noruegueses, incluindo os bem-sucedidos Heftig og begeistret (Fixe& Louco) em 2001, Alt om min far (Tudo Sobre o Meu Pai) em 2002, Ungdommens råskap (Quebra de Concentração em Alunos do Liceu na Noruega) em 2004 e Alt for Norge (Um Guia Através de 100 Anos de História da Noruega) em 2005.

 
O ano de 2003 assistiu ao lançamento de uma grande quantidade de filmes noruegueses, mais que no ano anterior, e essa tendência de sucesso continua. Os números relativos ao público dos filmes nacionais são elevados e o cinema norueguês tem sido aclamado a nível internacional. Estes factos devem-se em muito à reestruturação dos esquemas de incentive e à criação do Fundo Norueguês do Cinema em 2001. Também 2006 parece estar a ser um ano promissor para a indústria cinematográfica norueguesa. Uma onda nova de realizadores e de actores de talento está já a caminho de causar impacto.

http://www.noruega.org.br/About_Norway/culture/film/A_Brief_History_of_Norwegian_Film/