março 03, 2011

Søren Kierkegaard

"Durante o primeiro período de um homem, o perigo é não correr riscos."

"O tirano morre e seu reinado termina. O mártir morre e seu reinado começa."
"Sem pecado, nada de sexualidade, e sem sexualidade, nada de História A inveja é admiração sem esperança"
"A maioria dos homens persegue o prazer com tanta impetuosidade que passa por ele sem vê-lo."
"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para a frente."

Søren Aabye Kierkegaard, filósofo e teólogo dinamarquês. Grande parte da sua obra versa sobre as questões de que como cada pessoa deve viver, focando sobre a prioridade da realidade humana concreta em relação ao pensamento abstrato, dando ênfase à importância da escolha e compromisso pessoal. A sua obra teológica incide sobre a ética cristã e as instituições da Igreja. A sua obra na vertente psicológica explora as emoções e sentimentos dos indivíduos quando confrontados com as escolhas que a vida oferece. Cruzando as fronteiras da filosofia, teologia, psicologia e literatura, tornou-se uma figura de grande influência para o pensamento contemporâneo.

Kierkegaard é um dos raros autores cuja vida exerceu profunda influência no desenvolvimento da obra. As inquietações e angústias que o acompanharam estão expressas em seus textos, incluindo a relação de angústia e sofrimento que ele manteve com o cristianismo — herança de um pai extremamente religioso, que cultivava de maneira exacerbada os rígidos princípios do protestantismo dinamarquês.

Um importante aspecto da vida de Kierkegaard, geralmente considerado como uma grande influência no seu trabalho, foi o rompimento do seu noivado com Regine Olsen. Kiekegaard e Olsen conheceram-se a 8 de Maio de 1837, mostrando logo uma atração mútua. Nos seus diários, Kierkegaard escreveu sobre o seu amor para com ela:
Vós, soberana do meu coração, guardada na profundeza secreta do meu peito, na plenitude do meu pensamento, ali [...] divindade desconhecida! Ó, posso eu realmente acreditar nas palavras dos poetas, que quando se vê pela primeira vez o objeto do seu amor, imagina já tê-la visto há muito tempo, que todo o amor assim como todo o conhecimento é lembrança, que o amor tem também as suas profecias dentro do indivíduo.
Kierkegaard ,
Thou sovereign of my heart treasured in the deepest fastness of my chest, in the fullness of my thought, there [...] unknown divinity! Oh, can I really believe the poet's tales, that when one first sees the object of one's love, one imagines one has seen her long ago, that all love like all knowledge is remembrance, that love too has its prophecies in the individual.

Em 8 de Setembro de 1840, Kiekegaard formalizou o pedido de noivado a Olsen. No entanto, Kierkegaard logo se sentiu desiludido com as perspectivas de se casar. Quebrou o noivado a 11 de Agosto de 1841, apesar de se acreditar que havia um amor profundo entre eles. Nos seus Diários, Kierkegaard menciona a sua crença que a sua "melancolia" o tornava impróprio para o casamento, mas o motivo exato para o rompimento do noivado permanece pouco claro.

Primeira fase como autor

Apesar de Kierkegaard, na sua juventude e nos tempos universitários, ter escrito vários artigos sobre política, a mulher, e entretenimento, muitos académicos acreditam que a sua primeira obra digna de nota é a sua tese universitária O conceito de ironia, com referência continua a Sócrates, apresentado em 1841, ou a obra prima e presumivelmente maior trabalho, Enten - Eller. Ambas as obras, que focaram grandes figuras do pensamento ocidental, Sócrates na primeira e menos diretamente Hegel e Friedrich von Schelegel na segunda, mostraram o estilo de escrita único de Kierkegaard. Kierkegaard terminou Enten - Eller com as palavras "...apenas a verdade que é construída é verdade para ti."

No mesmo ano em que Enten - Eller foi publicado, Kiekegaard soube que Regine Olsen se encontrava para se casar com um funcionário público. Esse fato afetaram Kierkegaard e os seus escritos subsequentes de modo profundo.

Principais obras

  • O conceito de ironia constantamente referido a Sócrates (1840)
  • É preciso duvidar de tudo (1842-1843)
  • Ou isso, ou aquilo: um fragmento de vida (1843) - contém o Diário de um Sedutor.
  • Temor e tremor (1843)
  • A repetição (1843)
  • O Conceito de Angústia (1844)
  • Migalhas filosóficas (1844)
  • Estádios no caminho da vida (1845)
  • Culpado? Não culpado? (1845)
  • Pós-escrito final não-científico às migalhas filosóficas (1846)
  • As obras do Amor (1847)
  • Ponto de vista explicativo da minha obra como escritor (1848, publicado póstumamente em 1859)
  • O Desspero Humano -Doença até a morte (1849) .
  • Os lírios do campo e as aves do céu (1849)
  • Escola do Cristianismo (1850)
  • Estética do Matrimônio
LEIA MAIS: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B8ren_Kierkegaard http://www.antroposmoderno.com/antro-articulo.php?id_articulo=623 http://www.cobra.pages.nom.br/fcp-kierkegaard.html http://existencialismo.sites.uol.com.br/kierkegaard.htm

RESUMO DAS PRINCIPAIS OBRAS

* Sua primeira obra é uma tese de Doutorado em Teologia defendida em setembro de 1841, onde escreve o conceito de ironia profundamente relacionada a Sócrates.

* Em 1843 escreve Enten, Eller (A alternativa), nesta obra é que se encontra o Diário de um sedutor.

* Neste mesmo ano publica Temor e Tremor. Obra que é considerada a mais profunda onde comenta a história de Abraão empenhado em sacrificar seu filho Isaac para obedecer à ordem de Deus.

* Ao mesmo tempo aparece Repetição, que trata do tempo e da felicidade.

* Em 1844 escreve As Migalhas Filosóficas, que trabalha o paradoxo da fé.

* Conceito de Angustia (1844), fala do pecado enquanto supõe o livre-arbítrio e a angustia da livre escolha dentre as possibilidades.

* 1845 – Os estágios sobre os caminhos da vida – nesta obra estão incluídos O Banquete (diálogo platônico), e Culpável e não culpável.

* 1846 – Post-Scriptum às Migalhas filosóficas.

* 1849 O Tratado de Desespero (reflexão sobre o pecado), traduzido também como: A Doença Mortal.

* Seu último livro, A Escola do Cristianismo, é uma crítica à igreja. O autor se posiciona contra um teólogo chamado Martensen, e contra o Bispo de Mynster.

* Em maio de 1855, funda um jornal: O Instante.

Todas estas obras são publicadas com pseudônimos como: Victor Eremita, Johannes de Silentio, Climacus e outros. Estes pseudônimos possivelmente são para se proteger de sua briga com o bispo da Igreja Luterana. Neste mesmo período Kierkegaard também publica mais de 24 discursos com seu próprio nome. Apesar de seus pseudônimos a obra de Kierkegaard se torna célebre, o fim de sua vida é bastante conturbada com polêmicas com os representantes da igreja oficial.

“O importante é entender –me a mim mesmo, é perceber o que Deus realmente quer que eu faça; o importante é achar uma verdade que é verdadeira para mim, achar a idéia em prol da qual posso viver e morrer” Journals p.44. In Filosofia e Fé Cristã, Colin Brown

“Quantas vezes demonstrei que fundamentalmente Hegel torna os homens em pagãos, em raça de animais com o dom do raciocínio. No mundo animal, pois, "indivíduo” sempre é menos importante do que raça. Mas a peculiaridade da raça humana é: justamente porque o indivíduo é criado à imagem de Deus, o “indivíduo” está acima da raça. Isto pode ser entendido erroneamente e terrivelmente abusado, reconheço. Mas isso é o cristianismo. E é aí que a batalha deve ser travada.” Journals.

gilsonprof | 28 jul. 2010 gilsonprof | 28 jul. 2010
BIBLIOGRAFIA
  • O Desespero Humano - Col. A Obra-prima de Cada Autor
Teólogo dinamarquês, Kierkegaard ficou conhecido como o autor do existencialismo. Sua obra foi como uma crítica veemente ao cristianismo que considerava deturpado em relação aos ensimantos de Jesus. Livro de avassaladora análise da consciência humana, a dialética do desespero humano é analisada em suas últimas facetas... Temor e Tremor
  • Temor e Tremor
Editora: Hemus
A perspectiva trabalhada neste livro é de cunho religioso e, na dialética existencial de Sören Kierkegaard apresenta o homem ético representado pela figura bíblica de Abraão que à medida que se posiciona a creditar em Deus, dá o salto da fé, onde vivencia o crer sem ver, e o viver pela experiência com o próprio Deus...
  • Diário de um Sedutor - Col. A Obra-prima de Cada Autor
Editora: Martin Claret
  • É Preciso Duvidar de Tudo - Col. Breves Encontros
Você vai se emocionar com ´É Preciso Duvidar de Tudo´, um extraordinário conto inacabado de Soren Kierkegaard sobre as inquietações do jovem Climacus, arrebatado por uma insólita paixão: o amor pela filosofia.
  • As Obras do Amor - Algumas Considerações Cristãs em Forma de Discurso
Editora: Vozes
Migalhas Filosóficas - Ou um Bocadinho de Filosofia de Jão Clímacus - 2ª Ed.
  • Migalhas Filosóficas - Ou um Bocadinho de Filosofia de Jão Clímacus - 2ª Ed.
Editora: Vozes

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